quarta-feira, 31 de outubro de 2012

SUS: um exemplo

Recentemente uma reportagem publicada na CNN chamou a atenção de muitos. Algo pouco provável de acontecer, ainda mais vindo da potência norte americana, ganhou corpo nas palavras de Eduardo Gomez, autor do texto: um elogio sincero ao SUS e as suas características. 

No texto, o autor diz que o sistema público de saúde brasileiro tem muito a ensinar para os norte americanos: "O SUS é descentralizado, de modo que a gestão, formulação e implementação de políticas são de responsabilidade dos governos estaduais e municipais. Além de fornecer cuidados de saúde primária, cirurgias e medicamentos, o SUS também oferece o Programa Saúde da Família, onde médicos e enfermeiros visitam famílias que vivem em lugares de difícil acesso”.

O autor vai mais além: “A expectativa de vida do Brasil melhorou em um ritmo mais rápido do que o dos EUA desde 1960, apesar de continuar para trás. A expectativa de vida dos brasileiros subiu de 54.49 anos, em 1960, para 73.1, em 2010. Nos Estados Unidos, a expectativa aumentou de 69.77 anos para 78.24”, exemplifica.

Ao contrário do modelo dos EUA, no qual o acesso é segmentado e o direito à saúde de maneira gratuita não abrange toda a população, tais características do SUS apontadas na fala de Eduardo parecem soar como novidade no país que possui gastos bastante elevados na área da saúde.

O autor, ainda no texto, comenta certos desafios que o Brasil precisa enfrentar para que SUS funcione plenamente. A gestão dos hospitais, a diminuição da corrupção no financiamento, garantias de cobertura, principalmente nas áreas rurais do país dentre outros.

Para finalizar, o autor reafirma o exemplo do Brasil e seu sistema: “Os brasileiros nos mostram que o direito à saúde precisa ser discutido incessantemente em debates políticos, independentemente dos inúmeros desafios que os sistemas de saúde possam enfrentar. Os brasileiros nos mostram, ainda, que a saúde é um bem comum que todos os norte-americanos deveriam apoiar”.

Mesmo com dificuldades e desafios, um relato como esse serve de incentivo para que o trabalho continue a ser feito e melhorado sempre. Em um momento de eleições nos EUA, servir de exemplo é algo encorajador e gratificante, mostrando que o caminho está sendo bem trilhado, ainda que com muitos desafios a serem superados.

Para ver o texto de Eduardo Gomez na íntegra, acesse: http://edition.cnn.com/2012/07/13/opinion/gomez-brazil-health-care/index.html




Aproveite sua visita ao nosso blog e comente seu atendimento médico em: http://www.impaciente.org

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Câncer de Mama


Durante o mês de outubro o mundo inteiro se pinta de rosa. Inspirado na cor do laço símbolo da campanha contra o câncer de mama, o Movimento OUTUBRO ROSA reúne internacionalmente uma série de ações com o objetivo de chamar atenção para a importância da prevenção e tratamento do câncer de mama, como a organização de palestras, campanhas e até corridas. Mas a ação de maior destaque sem dúvida é a iluminação de prédios e, principalmente, monumentos com a cor rosa: do Cristo Redentor à Torre de Tóquio.

Mas será que tamanha campanha é necessária? O câncer de mama é o segundo câncer mais prevalente no Brasil e no mundo. Acomete principalmente mulheres acima dos 35 anos, podendo ser detectado em mulheres mais jovens sobretudo quando há outros casos na família, e até mesmo em homens.

Existem alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade do desenvolvimento da doença. O fator genético e a idade como citado acima são dois deles, mas a obesidade, exposição a níveis elevados do hormônio estrogênio e o consumo de bebidas alcoólicas também o fazem. Por outro lado, sabe-se que a prática de exercícios físicos, ainda mais após a menopausa, e o aleitamento materno exclusivo são fatores protetores, que diminuem as chances de se desenvolver o câncer de mama.

Alguns sintomas podem levar a mulher e seu médico a suspeitarem do diagnóstico. Abaulamentos e retrações na pele que recobre a mama, inclusive o mamilo, ou aspecto semelhante a casca de laranja, secreções, palpação de um nódulo (caroço) na mama ou axila e até dor.

O ideal é a detecção precoce do câncer. Para isso o Ministério da Saúde recomenda o acompanhamento de um médico com consultas anuais a partir dos 35 anos. Portanto se você tem 35 anos ou mais, procure um Ginecologista.

Os principais exames para detecção da câncer de mama são a mamografia e o exame clínico. A mamografia, um raio x da mama, permite a visualização de lesões em fase inicial e deve ser feito de dois em dois anos por mulheres a partir dos 50 anos. Já o exame clínico, quando realizado por médicos ou enfermeiros, pode detectar nódulos de até 1 cm se superficial e deve ser feita anualmente por mulheres com mais de 40 anos. Há ainda outras técnicas como a ultrassonografia e a tomografia computadorizada.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre essa doença, pode ajudar o mundo a se prevenir e diagnosticá-la o mais cedo possível. Se você está dentro da faixa etária de risco procure um médico e se conhece mulheres com o perfil recomende a elas que também se informem sobre o assunto. Vamos nos juntar ao mundo e pintar de rosa os próximos outubros que virão.



Caso você queira saber mais sobre esse assunto, acesse: 
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama

Aproveite sua visita ao nosso blog e comente seu atendimento médico em : http://www.impaciente.org

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Alerta para o uso da sibutramina

Você já deve ter ouvido falar da sibutramina. A sibutramina é um medicamento usado no tratamento da obesidade que mantém por mais tempo dois neurotransmissores em nosso cérebro, a serotonina e a noradrenalina, gerando uma sensação de plenitude alimentar. Até então, ela têm sido usada naqueles pacientes que já estão com uma dieta hipocalórica adequada, prática de exercícios físicos regular e não conseguem perder mais peso. Assim, a sibutramina é indicada para pacientes obesos, com um índice de massa corporal inicial (IMC) maior ou igual a 30 kg/m2.


No entanto, frente à pressão exercida pelos valores estéticos atuais, estar contente diante do espelho é uma tarefa um tanto árdua. Indivíduos que se encontram acima do peso, por exemplo, buscam por soluções simples e muitas vezes sem a orientação de um profissional de saúde. Com isso, aumentam as chances de insucesso do tratamento. 

O uso inadequado de medicamentos está entre as opções de muitos. É enorme a lista de fármacos utilizados, bem como são vários os riscos desse uso indiscriminado. Dentre os medicamentos comumente utilizados, a sibutramina possuem grande destaque. 


Entretanto, para aqueles que utilizam o medicamento, é importante ficar atento para as medidas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que divulgou um alerta para os profissionais de saúde sobre o uso da sibutramina no Brasil. Um estudo, chamado SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes), mostrou um aumento do risco cardiovascular não fatal nos pacientes tratados com a substância. O que isso significa? Isso significa que as pessoas que usam sibutramina possuem mais chances de ter problemas de saúde relacionados ao coração e aos vasos sanguíneos, como infarto, derrame, parada cardíaca, dentre outros. Esses riscos aumentam em 16% nos pacientes que usam a sibutramina. 

O que este estudo fez foi confirmar, através de resultados consistentes obtidos em um grande número de pacientes, o que já estava advertido na bula do medicamento, que já alertava sobre os riscos de eventos cardio e cerebrovasculares com o uso da sibutramina. Por este motivo, inclusive, a sibutramina não deve ser utilizada por pacientes com história de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias ou acidente vascular cerebral.

Assim, a ANVISA tomou a seguinte medida: 

“Contra-indicado o uso de medicamentos contendo sibutramina para os pacientes com perfil semelhante aos incluídos no estudo em questão, ou seja: 
a) Pacientes que apresentem obesidade associada à existência, ou antecedentes pessoais, de doenças cardio e cerebrovasculares; 
b) Pacientes que apresentem Diabetes Mellitus tipo 2, com sobrepeso ou obesidade e associada a mais um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares; ” 

Se você utiliza ou pensa em utilizar a sibutramina, converse com seu médico a respeito, e ele irá decidir com responsabilidade pelo seu uso, ou pela substituição do medicamento por outras alternativas terapêuticas, como a dieta, a prática orientada e regular de exercícios físicos, o uso adequado de medicamentos e programas de mudança de comportamentos, por exemplo.


Aproveite sua visita ao nosso blog e comente seu atendimento médico em http://www.impaciente.org/

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Atenção com a obesidade infantil!

Fast-food, refrigerantes, doces...Tudo isso é muito gostoso e costuma atrair, principalmente, as crianças. Não é à toa que as indústrias de alimentos investem muito em produtos para os pequeninos. Cada vez mais vemos surgir novas guloseimas destinadas a esse público jovem, mas bem persuasivo.

É claro que uma fritura ou um sanduíche mais gorduroso de vez em quando não vai fazer mal, mas a alimentação de muitas crianças tem sido marcada pelo exagero, o que pode ser muito prejudicial à saúde. Por isso, essa semana o blog do imPaciente vai falar sobre obesidade infantil.
 Um estudo recente da Universidade de Oxford comprovou que crianças com peso acima do normal têm um risco de 30% a 40% maior de desenvolverem doenças no futuro.

Essa pesquisa usou 63 estudos anteriores como base, os quais analisaram 49.220 crianças e adolescentes saudáveis de 5 a 15 anos, moradores de países desenvolvidos. 

Os resultados evidenciam que as crianças obesas e com sobrepeso apresentam maior pressão arterial e maior concentração de colesterol e de triglicérides no sangue. Esses são alguns dos fatores responsáveis por elevar os riscos cardiovasculares desse grupo, em relação ao grupo com peso normal, o que, inclusive, vem aumentando o número de crianças nos consultórios de cardiologia.

Por outro lado, enquanto os riscos cardiovasculares passam a ser mais significativos apenas quando a criança entra na fase adulta, a obesidade infantil também representa risco imediato. Por exemplo, é cada vez mais comum crianças e adolescentes desenvolverem a diabete do tipo 2 e também níveis elevados de ácido úrico.

Mas, como resolver esse problema diante da imensa oferta de restaurantes e alimentos saborosos? É importante ter em mente que os hábitos alimentares são consequência dos estímulos recebidos na infância.

Assim, os pais devem ser os maiores estimuladores de uma alimentação saudável, rica em verduras, legumes, frutas. Como dissemos, uma “besterinha” de vez em quando não faz mal, mas é fundamental mostrar para as crianças que isso deve ser feito sem exageros e que a alimentação delas deve ser predominantemente saudável.




Você foi um paciente hoje? Aproveite sua visita ao nosso blog e comente seu atendimento médico em http://www.impaciente.org






sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Rotavírus e diarréias: um importante problema de saúde pública!


Fatalmente, todos nós já tivemos a experiência de ter, pelo menos, um quadro de diarréia e sabemos o quanto é desagradável. Porém, mais do que isso, as diarréias são um importante problema de saúde pública em todo o mundo, podendo levar até mesmo a morte, principalmente quando acontece em crianças.


Dentre as causas de diarréia estão os vírus, que levam às chamadas diarréias virais (ou gastroenterites virais). Hoje, o blog do (im)Paciente fala das diarréias provocadas pelo Rotavírus, um tipo de vírus que é o principal agente de diarréia viral grave em crianças de até cinco anos.

Esse tipo de vírus é transmitido, principalmente, pela via fecal-oral. Ou seja, quando há ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes (que contém vírus). Por isso, é fundamental lavar bem as mãos antes de comer, bem como as frutas e verduras, além de só beber água filtrada.

A transmissão, tende a ser favorecida no período do inverno, pois a baixa umidade do ar facilita a disseminação do vírus. No entanto, nos países tropicais, como o Brasil, essa doença é considerada endêmica, típica da nossa população. Assim, tende a acontecer de uma forma geral durante todo o ano, sem a ocorrência de picos.

O mais comum é ocorrer a contaminação em crianças de 6 a 24 meses de idade. Porém, em regiões muito subdesenvolvidas, são comuns casos nos primeiros 6 meses de vida. Podem também acontecer episódios em crianças maiores de 2 anos e em adultos.

Mas, você deve estar se perguntando o que esse tal de Rotavírus faz no nosso corpo, que gera uma doença tão perigosa. Pois bem, quando o vírus entra no organismo humano, ele ataca as células do intestino. Com isso, tais células perdem a capacidade de absorver água e outros nutrientes, provocando a diarréia.

A diarréia do Rotavírus produz uma desidratação aguda que é muito mais grave se estiver associada à desnutrição. Caso atinja uma criança bem nutrida, o mais provável é a ocorrência de vômitos e diarréias mais fáceis de se controlar.

O período de incubação (desde o momento que ocorre a infecção até aparecerem os sintomas) é de cerca de 24 a 48 horas. O quadro todo costuma durar de 5 a 7 dias. Os sinais mais comuns são febre, vômito, diarréia líquida, desidratação, hospitalização e até mesmo, a morte, sobretudo em recém-nascidos.

É importante saber que quando uma criança apresenta diarréia, deve-se evitar a ingestão de leite. Isso porque as células do intestino atacadas pelo rotavírus são, justamente, as que fazem a digestão do leite. Assim, se o consumo de leite continua haverá um acúmulo de leite não digerido no intestino, o que facilita uma infecção secundária por bactérias, agravando ainda mais a diarréia.



Mas, ATENÇÃO: Se o bebê ainda estiver recebendo leite materno, não se deve retirar o leite da dieta, pois o leite da mãe passa imunidade para a criança, ajudando a tratar a infecção! Logo, só se deve substituir o leite, se este não for leite materno!




O tratamento é, basicamente, sintomático, fazendo a reposição da água e dos sais perdidos. Como já dissemos, o leite materno é importante para tratar, pois contém anticorpos contra os vírus.

Os Rotavírus são muito prevalentes em países em desenvolvimento e também nos desenvolvidos, que costumam ter um saneamento básico eficiente. Isso nos leva a pensar que políticas sanitárias não sejam suficientes para erradicar essa doença. Por isso, foram desenvolvidos modelos de vacina até se chegar ao que temos hoje no Brasil e que é disponibilizado pelo Governo Federal no Plano Nacional de Imunização.

Trata-se de uma vacina dada por via oral, em duas doses; uma aos 2 meses e a outra aos 4 meses. É importante deixar claro que o objetivo dessa vacina não é evitar a infecção, nem mesmo impedir a diarréia em crianças. A finalidade é impedir que, uma vez contaminada, a criança desenvolva um quadro grave, principalmente nos primeiros meses de vida. Portanto, não deixe de vacinar seu filho!

O diagnóstico laboratorial do Rotavírus é feito pelo exame das fezes do doente. Tenha sempre em mente que as diarréias são quadros muito perigosos, que podem levar rapidamente a morte por se tratar de uma doença grave e repentina. Assim, ao menor sinal de aparecimento dos sintomas um médico deve ser procurado!




Aproveite sua visita ao nosso site e comente seu atendimento médico em http://www.impaciente.org/

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dengue: prevenir é a melhor solução!


Semana passada, você conferiu no blog do (im)Paciente, uma publicação tratando da Febre Amarela (FA). Como prometido, agora falaremos da Dengue, que é causada por um vírus parecido com o da FA e também é transmitida por um mosquito, o Aedes aegypi.

O vírus da Dengue não é único; ele possui 4 variações, que são chamadas de subtipos. Isso é importante, pois o fato de uma pessoa ter se contaminado por um dos tipos não impede que ela se contamine pelos outros, desenvolvendo a doença mais de uma vez. Dizemos, então, que a Dengue não oferece imunidade cruzada, entre os subtipos. E é por esse motivo que muitas pessoas têm dengue mais de uma vez.

A doença é transmitida para o Homem através da picada da fêmea do mosquito do Aedes aegypti. Após uns 5 ou 6 dias da picada, o indivíduo pode começar a apresentar os sintomas. Porém, como vemos na prática, algumas pessoas manifestam os sintomas de formas variadas. Alguns desenvolvem dores fortes no corpo e nos olhos, manchas pela pele, sangramentos, febre, diarréia e vômitos, enquanto outros têm apenas uma leve prostração. Nesses casos, somente o diagnóstico laboratorial pode determinar se o paciente está ou não com Dengue.

A Dengue é uma doença de fácil tratamento se diagnosticada no início, mas que pode evoluir para a morte rapidamente, se não for acompanhada de perto.  É recomendado que ao ter sintomas como os ditos acima, o paciente vá imediatamente ao médico e beba muita água, uma média de 4 litros por dia, além de fazer repouso.

Para prevenir a Dengue, ainda não há uma vacina como no caso da Febre Amarela. Isso por causa dos seus 4 subtipos. Justamente, pelo fato de que não há imunidade entre eles, para uma vacina ser eficaz, ela deverá proteger contra todos os 4 tipos, o que, segundo os pesquisadores, é muito difícil de se conseguir. Portanto, a melhor forma de se evitar a Dengue atualmente é impedir a disseminação do mosquito.

A fêmea do Aedes aegypti coloca seus ovos em água parada e quando ela contrai o vírus, todos os seus ovos estarão contaminados e poderão transmitir a doença. Logo, é fundamental não deixar água acumulada em vasos de plantas, pneus, garrafas e qualquer outra coisa que forme poças de água, ainda que pequenas.

O controle da Dengue depende de cada um de nós. Portanto, faça a sua parte!


Aproveite sua visita ao nosso blog e comente seu atendimento médico em: www.impaciente.org/
Sua opinião é muito importante para nós!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Febre Amarela


Ao viajar ou conhecer alguém que tenha ido para lugares como o Norte do Brasil, Goiás ou Minas Gerais você já deve ter ouvido falar na obrigatoriedade de se tomar a vacina para a Febre Amarela. Mas, você sabe o que é essa doença? Muitas pessoas a confundem com a Dengue e, de fato, elas tem muita coisa em comum. Hoje, o blog do (im)Paciente vai falar sobre a Febre Amarela. Em outra oportunidade conversaremos sobre a Dengue.

Desde 2007, essa doença vem aumentando sua taxa de ocorrência fora da região Amazônica. Segundo um estudo publicado em 2011, na última década, foram registrados 324 casos de febre amarela silvestre, sendo que 261 destes tiveram o local de infecção fora da região Amazônica, indicando uma provável expansão da Febre Amarela para outras áreas.

A Febre Amarela tem sua origem na Ásia e, em nosso país, o seu hospedeiro natural é o macaco. Assim, quando um mosquito específico pica um macaco infectado pelo vírus da Febre Amarela, ele adquire o vírus. Se esse mesmo mosquito picar um Humano, ele transmitirá a doença. Portanto, só haverá chance de transmissão da doença para o Homem nos locais em que esse mosquito transmissor da doença for prevalente. No caso da FA, esse mosquito é o Aedes albopictus (diferente da Dengue, que é transmitida pelo Aedes aegypti).

A Febre Amarela se divide em dois tipos: urbana (difundida nas grandes cidades) e silvestre (mais comuns nas áreas rurais). A urbana é transmitida pelo mosquito Aedes aegypi e a silvestre pelo mosquito Aedes albopictus. Por isso, muitas pessoas ficam com medo de que o mosquito da Dengue (A. aegypi) possa vir a transmitir a FA dentro das cidades grande. Porém, no momento, isso não causa grande preocupação nos especialistas, pois o Aedes aegypi está muito bem adaptado a multiplicação do vírus da Dengue. No entanto, isso não quer dizer que o A. aegypi nunca poderá transmitir a Febre Amarela. Logo, o crescimento desse mosquito deve ser controlado.

O que mais tem preocupado os estudiosos atualmente, não é a possibilidade do Aedes aegypi (mais típico da Dengue) vir a transmitir a Febre Amarela. A preocupação maior está no fato de que o mosquito transmissor da FA (o Aedes albopictus) está se adaptando aos centros urbanos. Em alguns bairros do Rio de Janeiro, por exemplo, esse mosquito já se encontra bem adaptado e pronto para atuar como vetor da FA.

A Febre Amarela é uma doença que leva à hemorragia e é capaz de atingir células de defesa, vasos sanguíneos, fígado e medula óssea. Justamente por atingir o fígado, ela gera um sintoma característico, que é a icterícia. Ou seja, quando o paciente fica com a pele e os olhos amarelados. Outros sintomas comuns são vômitos escuros (negros), dor de cabeça, prostração, dores no corpo, náuseas, febre, calafrios e hemorragias.

O diagnóstico laboratorial da Febre Amarela não está muito desenvolvido, mas pode ser realizado por exames de sangue. O diagnóstico clínico tem sido feito com mais sucesso. Se você apresentar alguns desses sintomas, não deixe de informar ao seu médico se você viajou recentemente e para onde. Ele saberá
dizer se nesse lugar a FA é ou não uma doença comum, facilitando o diagnóstico.

O tratamento da Febre Amarela é, basicamente, sintomático. O objetivo é fazer a manutenção das funções vitais e evitar que o paciente desenvolva complicações, como as renais e cardiovasculares, por exemplo. Deve haver repouso, reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando necessário.

A fim de prevenir a ocorrência da FA, foi desenvolvida uma vacina, que é recomendada para aqueles que vão viajar para regiões em que a doença é comum. Logo, se você vai viajar para um desses lugares como a zona rural da Região Norte, Centro Oeste, Maranhão, partes do Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul não deixe de tomar a vacina. Ela é dada gratuitamente pelo SUS nos posto de saúde.

Você foi em alguma unidade de saúde ultimamente? Encontrou filas, foi bem atendido? O médico resolveu seu problema?
Aproveite sua visita ao nosso site e comente seu atendimento médico em http://www.impaciente.org/



Elogios e críticas são bem vindos!