terça-feira, 6 de agosto de 2013

Na luta contra o câncer


O câncer, muitas vezes, é uma doença devastadora, que abala as estruturas do paciente e de sua família. Durante muito tempo, foi considerado como uma doença de países desenvolvidos. Porém, há algumas décadas esse panorama vem mudando, de modo que muitos tipos de câncer chegam a ser típicos de alguns países e desenvolvimento. Atualmente, é um problema de saúde pública mundial.

Como revela a Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano 2030, podem-se esperar 27 milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes por câncer e 75 milhões de pessoas vivas, anualmente, com câncer e o principal efeito desse aumento vai incidir em países de baixa e média rendas. 

Nos países mais ricos predominam os cânceres de pulmão, mama, próstata e cólon. Em países de baixo e médio recursos, os cânceres predominantes são os de estômago, fígado, cavidade oral e colo do útero. 

Assim, as medidas preventivas ve, ganhando cada vez mais força na luta conta o câncer. Devem ser implementadas ações para reduzir a incidência como, por exemplo, o controle do tabagismo, contra os cânceres tabaco-relacionados, e a vacinação para hepatite, contra o câncer do fígado. 

Pensando nisso, o Instituto do Câncer dos EUA realizou uma pesquisa em que foram estudadas formas para melhorar o diagnóstico de câncer. O foco principal é detectar e tratar lesões que ainda não tenham se tornado malignas.

Por isso, não deixe de ir ao médico e cuidar da sua saúde! Lembre-se prevenir é o melhor remédio!
E quando for ao médico, volte aqui no site do (im)Paciente para avaliar sua consulta!
Se quiser uma dica de profissional, confira o comentário dos outros usuários!

Acesse:www.impaciente.org
Para mais informações sobre a pesquisa, acesse: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pesquisadores-sugerem-mudancas-na-definicao-de-cancer


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Nova vacina contra o câncer de pulmão foi desenvolvida em Cuba.

Uma segunda vacina contra o câncer de pulmão avançado foi aprovada pelas autoridades sanitárias de Cuba depois de ser testada em 86 países durante 2012, informou a imprensa cubana.

A agência cubana Prensa Latina semana passada informou que: "A vacina para o tratamento de câncer de pulmão Racotumomab foi registrada em Cuba, o que beneficiará pacientes portadores deste mal".


A primeira vacina foi aprovada em janeiro de 2011 pelo Centro para o Controle Estatal da Qualidade de Medicamentos de Cuba. Racotumomab é a segunda vacina para o câncer de pulmão desenvolvida por cientistas do Centro de Imunologia Molecular de Havana depois da CIMAvax EGF.

"Apesar de essas vacinas não eliminarem a doença, a experiência demonstra que, quando o câncer não se estende em um longo período, o paciente se encontra numa etapa estável da doença e pode viver por muito tempo", afirmou a Agência de Informação Nacional.

Racotumomab obteve sua certificação do Centro de Qualidade de Medicamentos há apenas duas semana e sua utilização deve começar em breve.

O objetivo dessas vacinas é fazer do câncer de pulmão avançado uma doença que não progride, apesar de ser incurável.

O câncer de pulmão é o segundo de maior incidência em Cuba e o primeiro em mortalidade, e cerca de cinco mil pessoas sofrem dessa doença em estado avançado.

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terça-feira, 2 de abril de 2013

No dia mundial de Conscientização do Autismo, Ministério da Saúde lança diretriz para tratamento no SUS.



 O Autismo é um transtorno do desenvolvimento que se manifesta antes dos 3 anos de idade, em que a criança vai ter alteração nas interações sociais, na comunicação e no comportamento, o qual se torna focalizado e repetitivo.

Existem diversos níveis de autismo, que se manifesta em formas mais leves, como a Síndrome de Asperger, ou mais graves, quando o paciente tem grande dificuldade em se relacionar, podendo até desenvolver comportamentos agressivos e retardo mental.

Não há um tratamento padrão para os casos de autismo, mas sabe-se que o ideal é o acompanhamento por um equipe multidisciplinar, que realize um atendimento personalizado para cada caso. Além do diagnóstico precoce, fundamental para que essas crianças possam ser inseridas mais facilmente no meio social.

Porém, não havia ,até então, uma política de atendimento para esses pacientes no SUS, que conseguiam atendimento apensas em serviços de saúde mental ou em Organizações Não Governamentais (ONG's).

A boa notícia é que, hoje, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o Ministério da Saúde lançou diretrizes para tratamento de autismo pelo Sistema Único de Saúde, o que já era esperado há muito tempo.

A Diretriz de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) apresenta indicadores do desenvolvimento infantil e orientações para realização do diagnóstico precoce. Esse documento estará disponível para os profissionais em todas as unidades de saúde do país. Segundo representante do Ministério, o próximo passo é a elaboração de uma material dedicado aos familiares.

De acordo com o documento, os casos mais leves serão tratados em Centros Especializados 
 e Reabilitação (CER) existentes no SUS. Atualmente, são 22 CER em construção, 23 em habilitação e 11 instituições conveniadas para atuar como um CER. Os pacientes com formas mais graves serão encaminhados para centros específicos habilitados pelo Ministério em todo o país.


Caso você queira saber mais sobre esse assunto, acesse:

Associação Brasileira de Autismo (ABRA): http://www.autismo.org.br/

Site com informações sobre Autismo: http://www.autismo.com.br




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quarta-feira, 27 de março de 2013

Senado aprova projeto de lei que obriga unidades do SUS a realizar cirurgia única para retirada de tumor e reconstrução da mama.

A notícia de um tumor maligno assusta qualquer pessoa. Além dos transtornos causados pela doença e pelo tratamento agressivo, a sensação de proximidade com a morte gera muitas dúvidas, insegurança e temores.

No caso das mulheres diagnosticadas com câncer de mama, esses sentimentos se somam ao medo de perder o seio. É verdade que nem todos os casos desse tipo de câncer precisam ser tratados com a retirada total da mama, mas, inevitavelmente, esse receio passa pela cabeça de muitas, senão todas as mulheres.

O SUS já prevê a reconstrução da mama em casos de mastectomia pelo câncer de mama. Porém, esse procedimento pode levar anos para ser realizado, o que abala a auto-estima e o bem estar da mulher, que tem nos seios mais do que uma parte do corpo, mas um símbolo de sua feminilidade.

A boa notícia é que o senado aprovou nessa terça-feira a obrigatoriedade de realização de cirurgia plástica reparadora da mama imediatamente após a sua retirada em casos de câncer. O projeto de lei ainda precisa ser sancionado pela Presidente Dilma Rousseff.

No entanto, em mulheres fumantes, diabéticas ou com problemas cardíacos, a reparação da mama logo após a mastectomia é contra-indicada, mas deve ser feita assim que a paciente apresentar condições.

Essa medida pode, ainda, aumentar a qualidade de vida das pacientes, a segurança em relação ao seu corpo, dando maior esperança de recuperação e facilitando a adesão ao tratamento, que não se encerra com a cirurgia.


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domingo, 24 de março de 2013

Cenário desafio

O cenário da saúde no Brasil, atualmente, proporciona diversos desafios a quem se dispõe a ingressar nele. Pontos cruciais, como o acesso aos serviços de saúde, humanização no atendimento e criação de linhas de cuidado são apenas alguns exemplos de situações que convidam todos os profissionais a se empenharem na luta diária para melhorar tal cenário.

Por diversas vezes, aquele que sai da faculdade é "engolido" por esse mercado de trabalho, tendo muito pouco tempo para se adaptar. A verdade é que ninguém é , realmente, preparado para entrar nessa luta diária. Além disso, a própria dinâmica desse mesmo cenário é bastante improvável, exigindo do recém formado uma alta capacidade de adaptação.

Por outro lado, o SUS oferece uma diversidade enorme de características que podem fazer o profissional se apaixonar ou querer abandoná-lo. Há quem se encante com a causa e lute até o final. Ao mesmo tempo, há quem se assuste e procure outros campos para atuar. Há diversos pontos de entrave, sejam eles burocráticos ou funcionais, estruturais ou pessoais mesmo. A batalha é diária e requer bastante esforço.

Assim, o papel do centro universitário é fundamental. Mostrar, discutir e inserir o profissional, enquanto aluno, gradativamente nesse mercado de trabalho e cenário de saúde do pais é passo fundamental para que a adaptação ocorra de maneira menos traumática. Destaca-se o papel do professor e a parceria que pode ser feita com quem já está nesse cenário, atuando e ensinando.

O esforço deve ser conjunto e permanente. As parcerias devem ser constantes, independente de forcas políticas. Há que se entender que o bem comum está acima de qualquer disputa. A saúde da comunidade deve ser prioridade. Dessa maneira, o cenário será mais aprazível e menos assustador.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Preventivo: toda mulher deve fazer, mas por que?

Todos sabemos, não só as mulheres, que o exame ginecológico preventivo deve ser feito periodicamente. Muitas empresas inclusive cobram o mesmo uma vez por ano, junto com outros exames considerados parte de um "check up". Mas afinal, qual a sua finalidade?

O teste de Papanicolau é um exame ginecológico de citologia cervical. O que isso significa? Bem, significa que é um exame das células do aparelho genital feminino, mais especificamente do útero, que tem como objetivo identificar alterações nessas células, o que permite o diagnóstico de neoplasias, entre elas o câncer.

E como acontece o exame? O médico irá primeiramente analisar de forma visual o canal vaginal e o colo uterino. Esse momento também permite o diagnóstico de infecções vaginas e outras doenças ligadas à musculatura da região por exemplo.

Depois, com a ajuda de uma espátula e uma escovinha são colhidas células da parte externa e interna respectivamente do colo do útero. O processo todo é rápido e indolor podendo provocar apenas um leve desconforto durante a colheita do material da parte mais interna do útero.

A orientação do Ministério da Saúde é que toda mulher deve fazê-lo, principalmente (mas não exclusivamente) se sexualmente ativa ou entre 20 e 59 anos, mesmo grávidas.

A princípio ele deve ser feito anualmente, mas após três resultados normais consecutivos ele pode ser feito até de 3 em 3 anos. É muito importante que a mulher não apenas o faça como retorne ao médico, ou posto de saúde, para saber o resultado e receber maiores orientações caso necessário.

Pode parecer estranho falar de um exame tão conhecido. Contudo ele é uma forma simples de rastreio do câncer de útero, o quarto que mais mata mulheres no Brasil. Esse câncer quando diagnosticado precocemento e tratado de forma adequada tem praticamente 100% de chance de cura, daí a importância de falarmos sobre o preventivo.

Para maiores informações acesse: 


http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colo_utero

  


quarta-feira, 20 de março de 2013

A tecnologia em favor de todos

Tudo que facilite o acesso dos usuários aos serviços de saúde é, sem dúvidas, muito bem vindo. Garantir o direito do cidadão é dever do Estado e deve ser atividade permanente na agenda de todo governo, seja ele qual for.


A partir de agora, o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) poderá acessar as informações sobre o atendimento que recebeu nas unidades públicas, por meio do Portal de Saúde do Cidadão. O usuário também poderá acrescentar informações importantes relacionadas à sua saúde, como doenças crônicas ou alergias, ou anexar laudos de exames já realizados. Essa novidade permite que haja maior transparência na relação dos cidadãos que usufruem do SUS com aqueles que organizam os serviços.

Há, ainda, outros benefícios com a utilização deste recurso eletrônico. Além das informações individuais, ofertadas restrita e pessoalmente, o portal também possibilitará consulta a todos os estabelecimentos que atendem pelo SUS, como unidades básicas, clínicas e hospitais. Com o auxílio de mapas, o cidadão localizará a opção de atendimento mais próxima e identificará pontos para retirada de medicamentos pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular.


Outra ferramenta que moderniza os serviços de saúde é o software público E-SUS Atenção Básica (E-SUS AB), capaz de organizar a gestão do funcionamento das unidades básicas e que será ofertado gratuitamente a todos os municípios. 

Esses novos recursos, desenvolvidos entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal de Santa Catarina garantirá uma padronização no sistema de informações, o que trará uma economia para diversos municípios, uma vez que diversos deles gastavam muitos recursos na tentativa de desenvolver seus próprios sistemas.

Medidas como essa mostram que é possível avançar dentro SUS. A incorporação de tecnologias e a busca por parcerias junto a centros de excelência dão prova de que, quando se coloca o bem comum como prioridade acima de interesses partidários, o sucesso é questão de tempo.

Nesse caminho, tanto cidadãos quanto prestadores de serviços saem ganhando, com a melhora no atendimento, na qualidade dos serviços prestados e com a satisfação de quem utiliza. Ampliar iniciativas como essa deve ser prioridade, não só no setor da saúde, mas nos diversos outros campos ministeriais.



domingo, 17 de março de 2013

Cruzeiros apresentaram o maior risco à saúde da população em 2012, segundo ANVISA.

Em relatório divulgado na última sexta-feira, dia 08 de março, navios de cruzeiro e restaurantes apresentaram mais risco para a saúde da população entre 15 itens inspecionados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos portos, aeroportos e recintos alfandegados brasileiros em 2012. Os resultados apresentados fazem parte do sistema Sagarana, usado para planejamento, registro e monitoramento desses lugares em todo o país.

Segundo o diretor de Monitoramento e Controle da agência, Agenor Álvares, o risco de cada local é avaliado de acordo com a gravidade, a probabilidade e a relevância das irregularidades encontradas. Quanto menor a pontuação de risco, melhores são as condições sanitárias.

Além de navios de cruzeiro e restaurantes, a Agência avaliou as condições sanitárias de aviões, embarcações, abastecimento de água, abastecimento de alimentos, climatização e sistema de esgoto. Ônibus, limpeza e desinfecção, resíduos sólidos, retirada de resíduos, sistema de água e vetores também foram itens inspecionados.

No ano de 2012, o Sagarana foi utilizado na execução de 11.118 inspeções sanitárias, em 71 postos da Agência, espalhados por todo o Brasil. “Cada controle avaliado durante a inspeção sanitária, quando não está satisfatório, resulta em risco registrado e quantificado dentro do sistema”, afirma Álvares.


RESULTADO DAS INSPEÇÕES DA ANVISA EM PORTOS, AEROPORTOS E ALFÂNDEGAS EM 2012
Item avaliadoNº de inspeções feitasPontuação média de risco
Navios de cruzeiro76204,33
Restaurantes (serviços de alimentação)885123,38
Retirada de resíduos sólidos (lixo)1108
Embarcações regionais291,5
Embarcações2.94869,93
Climatização21369,73
Ônibus12740,98
Resíduos sólidos (lixo)53537,30
Limpeza e desinfecção25830
Sistema de água34026,96
Vetores (insetos e roedores)63218,2
Abastecimento de água10811,15
Sistema de esgoto11410,67
Abastecimento de alimentos219,67
Aeronaves4.9294,58
Total11.18937,96

























quinta-feira, 14 de março de 2013

Cuidando das crianças

Criar os filhos é um dos maiores prazeres da vida, e também uma das maiores complicações. Criança não é uma criatura fácil. Uma hora são uma doçura, outra hora, umas travessas. Uma hora, obedecem, outra, fazem tudo ao contrário. Às vezes, dizem o que pensam "na lata", outras vezes, têm muita dificuldade em se expressar. Até as mães e os pais, que mais entendem dos próprios filhos, se sentem confusos de vez em quando, com tanta energia dentro de gente tão pequena.


A infância é uma fase especial da vida, na qual todas as potencialidades do ser humano estão em pleno desenvolvimento. Por isso mesmo, ela precisa ser especialmente cuidada, cercada de afeto, carinho e zelo. A alimentação nessa fase da vida passa por diversas mudanças. Como pode um ser tão delicado se desenvolver tanto à base de leite?

O leite materno é poderoso, e deve ser mantido com exclusividade até o 6º mês de vida. Depois, vão se introduzindo os outros alimentos aos poucos. Tudo com o cuidado necessário para nutrir a criança, sem provocar alergias e diarreias.

O sono também é fundamental. Crianças dormem naturalmente mais do que os adultos, e isso é fundamental para o desenvolvimento saudável das capacidades de raciocínio e movimento. Durante o sono, o cérebro funciona em plena atividade, organizando os pensamentos, produzindo sonhos e consolidando a memória do que foi aprendido. E quanto aprendizado acontece nessa fase! A brincadeira, a curiosidade, a descoberta e as amizades são os pilares para que a criança desenvolva suas capacidades de relação social, pensamento abstrato, pensamento concreto e afetividade.


O apoio da família é fundamental para um desenvolvimento saudável. A criança precisa de referências de adultos em quem se espelhar. Não importa a composição da família, importa sua estabilidade emocional, e sua capacidade em fornecer condições plenas para que a criança permaneça saudável. Quando por algum motivo, ela apresentar algum problema de saúde, é bom saber a quem recorrer.


O pediatra e o médico de família são os principais médicos responsáveis pelo cuidado da criança. Eles podem fazer aconselhamento nutricional, educacional, da higiene e dos hábitos, e também identificam, previnem e tratam doenças, podendo encaminhar para outros especialistas. Os nutricionistas, psicólogos, professores de educação física, fisioterapeutas e outros profissionais também são de muito auxílio na saúde da criança.

Seu filho já precisou de utilizar um serviço de saúde? Como foi o atendimento? Se quiser opinar, acesse http://impaciente.org/!

quarta-feira, 13 de março de 2013

A participação popular e a avaliação

A avaliação da qualidade na prestação de um determinado serviço é, sem dúvidas, ferramenta indispensável para a melhoria e evolução da oferta do mesmo. Tanto quem avalia quanto quem é avaliado precisam saber do quão saudável e importante é a prática dessa atividade. Além disso, precisam saber reconhecer quais são os papéis de cada um para que ambos os lados saibam colher os frutos dessa relação tão benéfica e salutar atualmente.

Quem se destina a oferecer um serviço deve, antes de tudo, reconhecer as reais necessidades e estar disponível a ouvir o seu público. Quem usufrui de tal serviço tem, por direito, a opção de avaliá-lo no intuito de torná-lo melhor. Quando esse diálogo se estabelece em uma via de mão dupla, ambos saem ganhando. Melhora-se o serviço e garante a satisfação do usuário.

Pois bem, tal lógica, que parece bem simples, anda um tanto que esquecida dentro do SUS. Pouco se ouve de quem utiliza os serviços do sistema de saúde. Além disso, tenta-se, de diversas formas, criar estratégias que impeçam a participação popular, sejam reuniões em horário de trabalho para boa parcela da população ou de madrugada. Há, ainda, várias tentativas de se desqualificar, tanto quem representa a população, quanto os seus argumentos e queixas. Já está provado que em lugares onde as pessoas são ouvidas, a qualidade do serviço é melhor. A intransigência é deixada de lado e uma relação horizontal é estabelecida.

As ideias de "tirar vantagem", enganar para lucrar ainda permeiam a mente de diversos prestadores de serviços, sejam eles públicos ou privados. Esse tipo de pensamento impede que o SUS venha a se tornar, de fato, o maior e melhor sistema de saúde. O caminho é claro e evidente. Basta se querer dar um basta. Ouvir para aprender. Ouvir para melhorar. Deixar a participação popular de fato se tornar ativa é o melhor jeito de se consertar o que está errado. É preciso incentivar a participação, desde as escolas até às associações de moradores. O diálogo aberto e franco é o caminho.

segunda-feira, 11 de março de 2013

A política da internação compulsória



Pouco tempo depois da prefeitura do Rio de Janeiro, agora é a vez do governo paulista adotar uma política de atenção aos dependentes de drogas baseada na internação compulsória. No caso de São Paulo, a chegada do crack se deu nos fins dos anos 1980. A partir de meados dos anos 1990, a região da Luz e adjacências, já degradada, foi progressivamente se tornando um espaço onde os consumidores se concentraram para encontrar crack e ter liberdade em usá-lo.

O crack não inventou as populações marginalizadas que moram no Centro como forma de sobrevivência, mas foi acolhido por muitos deles, principalmente por aqueles em situação de rua. Além disso, muitos consumidores de crack vieram das periferias, onde se sentiam ameaçados. Agrupados, trafegando numa vigília nervosa, com um gestual agressivo, a existência dos “craqueiros” tornou-se socialmente insuportável porque não se esconde, porque é visível.

O “problema do crack” parece ter se tornado um dividendo eleitoral de peso e motivado as esferas federais, estaduais e municipais a se movimentar – infelizmente, em busca de soluções rápidas que ignoram evidências e afrontam direitos. As ações recentes são, na verdade, focalizadas em grupos específicos de pessoas que ocupam regiões degradadas das cidades e fazem uso da forma fumada e barata de cocaína.

Só uma pequena parte dos consumidores de crack da cidade está no Centro, mas não nos enganemos sobre a intenção primeira de todas essas ações recentes, exemplificadas nos episódios de violência de janeiro de 2012: uma tática de limpeza desses espaços, travestida de “cuidado aos dependentes”, por meio da retirada higienista de populações indesejadas.

É evidente que o consumo do crack – em muitos casos associado à compulsividade e a sérios danos à saúde e à vida social e afetiva – tem que ser alvo de atenção do poder público. Mas políticas públicas não podem se pautar no alarmismo em torno da ideia de que há uma epidemia de crack. A incontestável disseminação dessa droga pelo país não evidencia a existência de uma epidemia, pois, não obstante suas graves consequências, a prevalência do consumo de crack é pequena se comparada a de outras substâncias psicoativas com alto potencial de dano, como o álcool, cuja escala epidêmica é consensual.

A criação de um tribunal de “campanha”, no qual juízes e promotores, auxiliados por médicos, decidirão em algumas horas quem será tratado por meio do confinamento é um atentado contra a Lei 10.216/2001, marco da luta contra o trágico modelo de confinamento manicomial. Ela estabeleceu limites para as internações contra a vontade, que só devem ser prescritas quando esgotadas todas as alternativas ou em casos de risco iminente de morte. Além disso, a Organização Mundial de Saúde pediu para que os países abandonassem a política de internações compulsórias, pois elas não só acarretam violações de direitos humanos, como são pouco eficazes para a maior parte dos casos.

Internar parece uma solução atraente porque nos remete a um contexto de proteção, mas, por estar sustentada no isolamento artificial dos indivíduos, não resolve o maior desafio para a continuidade do tratamento da dependência, que é a vida fora dos limites da clínica. Quando ocorre à força, a chance de uma internação ter bons resultados cai ainda mais.


No caso da dependência de crack, a trajetória de muitos consumidores que circulam pelo Centro é marcada por privações e dificuldades de diversas ordens. Interferir nesse difícil contexto de vida, com a adoção de políticas de reinserção no mercado de trabalho, de reforço dos vínculos comunitários, de educação formal, de acesso aos cuidados básicos de higiene e saúde, entre outras ações – é parte fundamental de uma política que, de fato, esteja preocupada em cuidar dessas pessoas, não apenas tirá-las de nossas vistas.

Ao se defender a internação, é comum se desqualificar a rede pública de atenção à saúde mental, principalmente os Centros de Atenção Psicossociais (CAPs). Se há um grave problema da rede, é sua estrutura insuficiente, por vezes precária. Portanto, os resultados que seriam colhidos pelo investimento na qualificação da atenção psicossocial são ignorados pelo lobby da internação, sedento por recursos.

Além disso, a responsabilidade de quem se propôs a tratar de um complexo transtorno mental não termina quando ele tem alta. Ela vai além. É necessário que se conheça para onde ele vai, quem vai tratá-lo, se tem condições de atender o mínimo de suas necessidades, ou seja, observar seu comportamento, não deixar que sofra discriminação não o expondo a curiosidades dos outros. Na rua, em sua casa, ou outra instituição qualquer, é preciso que haja sempre o intuito do cuidado.

Enfim, cabe dizer que as dramáticas histórias de vida não são justificativas que desresponsabilizam os dependentes de crack; ao contrário, o caminho mais frutífero é reforçar sua capacidade de decisão, oferecendo cuidados e alternativas. A opção pelo confinamento forçado não resulta em proteção, mas no enfraquecimento do fator mais relevante para o tratamento da dependência: a vontade individual.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Prevenir é melhor que remediar

As ações em prevenção de saúde são, comprovadamente, mais eficientes e eficazes na melhoria dos indicadores de saúde e na vida das pessoas. Cada vez mais tem-se destacado esses tipos de ações, sendo apontadas como exemplos e soluções para se melhorar a qualidade de vida e reduzir os agravos relacionados à saúde.

Quando se pensa em prevenção, pensa-se em conhecer melhor o indivíduo. Suas particularidades, seu bairro, sua cultura, seu ritmo e padrão de vida, seus hábitos alimentares e etc. Tudo isso influencia na maneira como o indivíduo vive e é "agredido" pelo meio que o circunda. Assim, é possível estabelecer estratégias pontuais, de ação mais direta e mais rápida, evitando que o indivíduo tenha a oportunidade de ter  sua saúde afetada por algum problema relacionado ao seu meio de vida. Doenças como diabetes e hipertensão, que acometem uma grande parcela da população podem, assim, serem evitadas e/ou controladas mais de perto.

Além disso, essas ações possuem uma melhor relação custo-benefício. Como são aplicadas tendo em vista uma coletividade, a longo prazo, evita-se que um grande contingente populacional fique doente ou não tenham suas doenças agravadas significativamente. É claro que há variações de caso para caso, mas a redução de custos é real. Tecnologias como tomografia computadorizada, ressonância magnética e outros exames complementares mais caros são reservados para quem realmente necessita, evitando os seus usos de forma desnecessária.

A adoção dessas medidas significam um passo rumo à melhorias no sistema de saúde. Com a redução dos custos pode-se investir mais na capacitação dos profissionais de saúde, no desenvolvimento de práticas integradoras com a participação de diferentes agentes promotores, como médicos,enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, professores e etc. Além disso, uma ideia auxiliar seria o estabelecimento de uma relação mais próxima com universidades e escolas, tanto para introduzir os alunos nos conceitos da prevenção quanto para a utilização do espaço físico para o desenvolvimento de atividades para toda a comunidade.

É necessário difundir tal conhecimento, ousando lançar um olhar para um futuro diferente, de uma medicina mais próxima, utilizando tecnologias leves e recursos inovadores, que respeitem a natureza e o indivíduo. Uma forma diferente, porém não menos eficiente de se ajudar o outro.


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quarta-feira, 6 de março de 2013

Cura para o HIV?

Como você viu no blog do (im)Paciente ontem, a sociedade foi surpreendida pela notícia da cura de um bebê portador de HIV. O segundo caso de cura do HIV levanta uma pergunta ao ar: será que um dia existirá cura para a AIDS, e para o HIV?

O desejo de uma resolução para a grande epidemia do século XX é forte entre todos, e notícias como essa dão esperança aos milhões de portadores do vírus, que apesar das muitas conquistas já obtidas com os avanços na terapia antirretroviral, ainda sofrem com efeitos da doença e dos próprios medicamentos.

Ainda não se sabe se a criança americana realmente foi curada do HIV. Ela recebeu a terapia antirretroviral 30 horas depois de ter nascido, procedimento normalmente não adotado. Sua mãe descobriu ser portadora do vírus apenas no momento do parto, por não ter realizado pré-natal adequadamente. A criança foi tratada por 18 meses. Atualmente tem dois anos de idade, e mesmo sem a terapia antirretroviral, os testes para detecção de vírus no sangue continuam dando negativo. É importante ressaltar que a criança nasceu com níveis já baixos de carga viral.

O primeiro caso de cura do HIV ocorreu em um paciente extremamente atípico. Timothy Brown, curado completamente da AIDS, possuía um tipo raro de leucemia, cujo tratamento foi remoção total e transplante de medula óssea, trocando todo seu sistema imunológico e produtor do sangue, o que é extremamente arriscado. Apesar de realmente ter acontecido a cura, seu caso dificilmente poderia ser extrapolado para a situação vivida para outras pessoas. Com esta criança, é diferente. Milhões de crianças nascem pelo mundo todo filhas de mães contaminadas pelo vírus, e a notícia de que um tratamento precoce possa curar a doença é um alento e uma esperança para a solução do grande problema que atualmente é o HIV, especialmente em certos países do continente africano.

Há sempre que se ter cautela com soluções milagrosas para doenças. Notícias como a questão do Truvada, medicamento sugerido nos EUA para a prevenção da contaminação pelo HIV (condicional ao uso de camisinha) devem ser interpretadas criteriosamente. Não há pílula mágica para doença alguma, muito menos para uma doença da complexidade que é a provocada pelo HIV. Até o momento, a mágica está em fazer sexo seguro, usando preservativo masculino ou feminino, vigiar criteriosamente os bancos de sangue, e prevenir a transmissão materno-infantil do vírus. Conforme avançam as pesquisas, novas frentes de combate vão se consolidando, e chegamos mais perto do fim da epidemia.

O profissional de saúde é fundamental no esclarecimento da população quanto aos meios de prevenir a infecção por HIV. Isso faz parte de um cuidado maior da saúde, que inclui o autocuidado do corpo, em todos os seus aspectos: saúde reprodutiva, alimentação, exercícios, relacionamentos... Por isso, é importante que de vez em quando se visite um serviço de saúde para saber se está cuidando bem de si mesmo, e como melhorar.

Você já fez isso? Se sim, comente em http://impaciente.org/ como foi seu atendimento!

terça-feira, 5 de março de 2013

HIV de mãe para filho


No último domingo, 3 de março de 2013, médicos americanos anunciaram a possível cura de um bebê infectado com o vírus HIV. Ele teria contraido o vírus da própria mãe. Mas como acontece exatamente essa infecção?

A transmissão do vírus da mãe para o filho recebe o nome de transmissão vertical. São três os momentos em que ela pode acontecer: durante a gestação, no parto e através da amamentação. Em qualquer um deles, para que a infecção ocorra deve haver um contato do feto com fluidos maternos que contenham vírus, como o sangue e o leite.

Atualmente é possível prevenir a transmissão vertical. Primeiramente, faz-se necessário um diagnóstico da mãe. Para isso, o teste para HIV deve ser feito durante o pré-natal, no 1º e 3º trimestre, sempre com o consentimento da mulher. Uma vez detectado o vírus na mãe, recomenda-se que ela seja tratada. Da mesma forma, após o parto, o bebê também deve receber antirretrovirais profiláxicos.

No caso de uma mulher que não tenha feito o pré-natal e, portanto, não saiba se tem ou não HIV, é possível ser feito um teste rápido de HIV. Caso o resultado seja positivo, ela receberá a medicação durante o parto e o bebê após o mesmo. Além disso, a amamentação passa a ser desaconselhada, devido ao risco de infecção do bebê.

O HIV não é a única doença capaz de ser rastreada durante o pré-natal. Já no primeiro trimestre, devem ser testados a sorologia para hepatites, toxoplasmose e sífilis, por exemplo. Dessa forma, é possível tratar a mãe e prevenir que o bebê sofra com alguma dessas doenças.

Há contudo um último desafio. Nos casos de mulheres com doenças sexualmente transmissíveis não basta apenas tratar as mulheres, é preciso que seu(s) parceiro(s) também procurem atendimento. Caso contrário, não apenas há risco da mulher se reinfectar, mas também que nela se desenvolvam cepas de vírus resistentes aos antimicrobianos.

Portanto, é de extrema importância que as mulheres valorizem o pré-natal. Os exames darão ao medico uma noção geral da sua saúde, podendo organizar ferramentas para diminuir os risco na gestação. O objetivo é assegurar que mãe e filho mantenham uma vida saudável.



Para maiores informações acesse: http://www.aids.gov.br
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