sábado, 29 de março de 2014

O (im)Paciente no Seminário de Tecnologias Assistivas



No dia 28/03/13, o (im)Paciente esteve presente no Seminário de Tecnologias Assistivas, organizado pela AGIR/UFF. O evento tinha como objetivo trazer informações sobre iniciativas, práticas, ações e serviços inovadores capazes de aumentar a autonomia, o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, promovendo debate entre pesquisadores, alunos e profissionais de diversas áreas do conhecimento que atuam nessa área.
 O evento contou com a participação de representantes de diversos pólos da UFF e de convidados de outras instituições de ensino do Brasil. Dentre os debates realizados ficou evidenciado que as mudanças e o desenvolvimento de novas tecnologias assistivas tem como peça chave o usuário e as suas necessidades. Através do conhecimento das mesmas é que se faz possível vislumbrar alternativas. Nesse caminho, o ambiente universitário desempenha papel fundamental, como centro formador e fomentador de conhecimento, além de procurar resolver os problemas que se apresentam na sociedade.
Na área da saúde não é diferente. Somente com a participação do usuário é que se exerce a cidadania e se busca a melhoria nos serviços. Numa visão mais adiante, as pessoas com deficiência possuem papel fundamental na participação social, denunciando situações que prejudiquem seus atendimentos, uma vez que diversos serviços são organizados negligenciando tais cidadãos. A avaliação dos prestadores de serviços na área da saúde envolve muito mais do que os profissionais que realizam o atendimento.
As condições que determinam a acessibilidade dos usuários, a infraestrutura da unidade para receber pacientes com deficiência, a capacitação de toda a equipe para lidar com diversos tipos de usuários dos serviços de saúde são alguns dos aspectos que podem receber críticas e/ou elogios e, assim, melhorar e continuar a oferecer um melhor atendimento.
A garantia da equidade dentro do SUS e a manutenção da sua qualidade requer participação social permanente. Através de um canal de voz, seja ele direto ou indireto, entre usuário e gestor há a possibilidade de se corrigir e ampliar serviços para garantir tal direito.
Logo, iniciativas como essa são sempre bem vindas e merecem incentivo constante para que se possa cada vez mais diminuir a distância entre a pessoa com deficiência e toda a realidade que os cercam, permitindo melhorias no seu bem estar e ampliando sua autonomia.


quinta-feira, 6 de março de 2014

O impacto dos acidentes de trânsito no SUS

Ainda estamos em tempo de carnaval e folia. Junto com a diversão e os bons momentos que o período proporciona alguns pontos negativos persistem e trazem más consequências às vidas dos foliões e de todos de uma forma geral.
A combinação irresponsável de bebida alcoólica e imprudência faz aumentar o número de acidentes e vítimas, sejam elas fatais ou com algum tipo de sequela, nas estradas e em muitas cidades brasileiras. O reflexo desse fato é perceptível no próprio sistema de saúde, com uma despesa cada vez mais crescente para cuidar das pessoas envolvidas nos acidentes.
Dados de 2012 revelam que houve 162.869 internações no SUS decorrentes de acidentes de transporte, sendo 73% o crescimento de internação por acidente de transporte em 5 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, os gastos podem chegar a R$ 185 milhões de reais no cuidado com as vítimas. Um gasto que vem aumentando ano após ano.
As estimativas apontam que os homens são as principais vítimas de acidentes, e respondem, atualmente, por 78,3% do total do número de internações, envolvendo motociclistas, pedestres, ocupantes de automóveis e ciclistas. Em números de internações, os motociclistas traumatizados são a maioria, seguidos por pedestres traumatizados.
Além dos aspectos emocionais e afetivos causados pelas mortes e outras consequências dos acidentes, há uma perda econômica e social diretamente ligada a esse assunto. Não se pode esquecer que há perda produtiva, com redução da população no mercado trabalho, refletido em perdas econômicas.
Apesar da magnitude dos gastos envolvidos com os cuidados de atenção à saúde das vítimas e dos custos econômicos decorrentes da perda de vida produtiva por morte, incapacidade ou prisão, são poucos os estudos no País para avaliar o impacto econômico decorrente dessas causas. Além disso, as ações de prevenção e controle estão apenas iniciando e pouco se conhece a respeito do comportamento do motorista e do pedestre, das condições de segurança das vias e veículos, da engenharia de tráfego, dos custos humanos e ambientais do uso de veículos motorizados e das consequências traumáticas resultantes dos acidentes de trânsito.
Há que se buscar uma mudança de comportamento e de ação. A prevenção das causas externas deve envolver não somente a saúde pública, mas a segurança pública, a educação e a promoção social, bem como é interesse de todos os cidadãos.