A
partir de 10 de março deste ano, a vacina contra o HPV será oferecida na rede
pública, inicialmente, para meninas de 11 a 13 anos. No último dia 22, o
Ministério da Saúde anunciou que vai ampliar o grupo prioritário já em 2015,
quando meninas de 9 e 10 anos também serão contempladas pela vacinação. O
esquema é composto por 3 doses. Após tomar a primeira, as meninas devem
ser vacinadas novamente após 6 meses e receber o reforço depois de 5 anos.
O
vírus do papiloma humano é responsável por cerca de 90% dos casos de câncer do
colo de útero, o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres. Ele é
transmitido por meio do contato sexual. Estima-se que mais de 290 milhões de
mulheres no mundo sejam portadoras do HPV. No Brasil, cerca de 685 mil pessoas
são infectadas pelo vírus a cada ano e 4.800 mulheres morrem em decorrência do
câncer de colo de útero. Atualmente 44% dos casos são de lesão
precursora do câncer, chamada in
situ, localizada. Mulheres diagnosticadas precocemente, se tratadas
adequadamente, têm praticamente 100% de chance de cura.
A
vacina, que será disponibilizada pelo SUS na rede pública, não eliminará a
necessidade de uso da camisinha durante as relações sexuais, já que não protege
contra todos os subtipos do HPV nem contra outras doenças sexualmente
transmissíveis. Sua composição será a quadrivalente, que protege contra
quatro tipos do vírus: subtipos 6, 11, 16 e 18. O teste de Papanicolau também
não deve ser esquecido e deve continuar a ser realizado. Em longo prazo, o
governo avaliará o impacto da vacina, medindo a incidência do câncer de colo de
útero e o índice de mortalidade da doença.
Por
outro lado há quem discorde desse plano de vacinação. Nos discursos, afirmam
que há efeitos colaterais, tais como síndrome de Guillain-Barré, repercussões
ovarianas dentre outras. Aspectos outros levantados discutem o fato de que há
mais de 100 subtipos virais, o que a não seriam plenamente cobertos pela
vacina.
A
discussão é longa e divide opiniões, não estando limitada ao cenário da saúde.
Há que se esperar novos embates.